"Aprendemos melhor quando vivenciamos, experimentamos e sentimos. Aprendemos quando relacionamos, estabelecemos vínculos, laços, entre o que está solto, caótico, disperso, integrando-o em um novo contexto, dando-lhe significado, encontrando um novo sentido" (MORAN, 2000, p. 23).
Para darmos início aos debates da página Práxis na Prática, questionamos: De acordo com o pensamento de Moran, quais os melhores encaminhamentos, você professor, realiza na condução de aulas práticas? Comente!
OBS: Você gostaria de sugerir algum assunto norteador para debate? Então envie-nos uma mensagem com a sua sugestão pelo nosso Chat de Membros!
Dar direcionamento, apoio e orientação. Creditar os períodos das aulas como parte do processo das atividades práticas é o primeiro passo para entendimento desse processo. A presença do professor é fundamental durante a ausência da exposição de conteúdo, justamente na orientação da atividade e de tira-duvidas.
Caro Professor Temilson, parabenizo-o pela temática de sua pesquisa. Pensar a importância das atividades práticas no processo de aprendizagem traz, na minha opinião, duas contribuições significativas.
Primeiro, por desmistificar que tais atividades podem ser feitas à revelia da construção reflexiva prévia, como pode alguém pensar de forma preconceituosa e equivocadamente. A busca por uma atividade prática prescinde do estudo de formas de fazer previamente adotadas. Mas também deve buscar novas formas de produção técnica, que responda, além dos problemas da própria técnica, as questões éticas, ambientais e humanitárias que afetam a nossa sociedade.
O segundo aspecto que gostaria de destacar se refere ao processo autonomia educativa, pois, mais do que um manual pronto e acabado de como a atividade prática deve acontecer, cabe ao professor, deixar espaço para a criatividade e tomada de decisão dos estudantes, entendendo, inclusive, os erros pontuais surgidos dessas decisões como momentos de aprendizagem. Nesse sentido o foco é no processo de aprendizagem, tornando o “caminho” mais importante do que o “destino”, considerando que processo é mais importante do que o resultado.
Se cruzarmos as situações acima, imagino que podermos construir práticas transformadoras do status quo do processo técnico, mas também dos grandes dilemas que afetam a sociedade, de forma criativa, autônoma e considerando todo o conjunto de conhecimentos trazidos pelos discentes.
Um abraço!
Prezado Prof° Flávio, fico muito grato com a sua participação e colaboração neste ambiente virtual, que tem como objetivo debatermos os melhores caminhos de realizarmos atividades práticas no processo ensino e aprendizagem.
Você foi muito feliz quando abordou o pensamento do Prof° Boyd K. Packer no seu comentário, principalmente por abordar que "devemos dar o melhor de nós, para ensinar verdades simples e básicas, da forma mais compreensível que podemos". Outra reflexão maravilhosa nos deixada por você foi o pensamento da Madre Teresa de Calcular que "nós não temos o direito de passar por uma pessoa, sem torná-la melhor e mais feliz".
Portanto, agradeço a sua grande colaboração neste ambiente virtual por entender que poderemos sempre melhorar em nossas práticas docentes, a partir daquilo que queremos de melhor para os nossos discentes!!!
Abraços, Prof° Temilson Costa
As palavras iniciais de Moran "Aprendemos melhor quando vivenciamos, experimentamos e sentimos." são significativas para mim. Foi assim que aprendi, aprendo e por certo como aprenderei. Como professor, anseio por replicar excelentes exemplos com que me deparei ao longo da vida. Eles exerceram um papel crucial e permeia o meu ser fazer o mesmo.
Compartilho uma experiência que muito me inspira.
Em um devocional da Universidade Brigham Young (Salt Lake City, Utah, EUA em 15 de outubro de 1996) o professor Boyd K. Packer fez o seguinte relato:
‘Penso na influência que teve um professor que conheci há mais de cinquenta anos. Como frequentemente acontece, a influência daquele professor não se centralizava no assunto que ele ensinava. O Dr. Schaefer era professor de matemática na Universidade Estadual de Washington em Pullman, Washington. Ele tinha uma aparência impressionante. Não me lembro de seu primeiro nome, mas jamais esquecerei a primeira coisa que disse no primeiro dia em que o vimos.
Isso foi durante a Segunda Guerra Mundial. Estávamos no curso de treinamento para pilotos e tínhamos sido enviados à Universidade, segundo nos informaram, para um curso rápido de meteorologia, clima, navegação, física, aerodinâmica e outros assuntos técnicos.
O Dr. Schaefer iria conduzir-nos dos conceitos básicos da matemática até o cálculo em questão em apenas algumas semanas. Achei que era um esforço inútil, até aqueles primeiros minutos da primeira aula. Ele começou a aula dando este anúncio: “Embora muitos de vocês já tenham frequentado alguns cursos na faculdade e até cursos avançados em relação ao que vamos estudar, meu propósito será ensinar os iniciantes. Peço a vocês que conhecem o assunto que sejam pacientes enquanto eu ensino os conceitos básicos aos que ainda não o conhecem”. Incentivado pelo que ele disse e mais ainda pelo modo como ele ensinava, consegui passar no curso com razoável facilidade. De outra forma teria sido impossível.
Quando decidi tornar-me professor, o exemplo do Dr. Schaefer me inspirou dar o melhor de mim para ensinar verdades simples e básicas da forma mais compreensível que eu podia. Aprendi como é difícil simplificar as coisas.
Anos depois da guerra, voltei à Universidade Estadual de Washington e encontrei o Dr. Schaefer. Evidentemente, ele não se lembrava de mim. Eu era apenas um das muitas centenas de cadetes que estudaram com ele. Agradeci pelo que ele me havia ensinado. A Matemática e o cálculo já há muito tinham sido esquecidos, mas não o seu exemplo como professor’.
Caríssimos(as) concluo com a máxima de Madre Teresa de Calcutar: “Você não tem o direito de passar por uma pessoa sem torná-la melhor e mais feliz”.
Felicidades!!!
O Tácito contribui substancialmente no processo de ensino aprendizagem, em especial na disciplina que leciono (educação física), a interação e a motivação dos alunos é bem maior, mas pelo que observo isso também se reflete nas outras disciplinas quando se tem aulas práticas. Hoje trabalho em um ambiente que me proporciona a estrutura para as aulas práticas da minha disciplina, não obstante trabalhei por muitos anos em escolas que não tinham esses espaços adequados, e comparando o processo de ensino aprendizagem dos meus alunos atuais com os ex-alunos da época sem espaços para aulas práticas, os atuais têm muito mais interação, respeito e motivação com a disciplina, muitos até se identificam profissionalmente.